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Hoje mais uma vez me deparei com a situação de duvidarem de mim, o que é uma coisa bastante comum. Pra ilustrar isso, quando comecei na faculdade todo mundo achava que eu tinha uns 19, 20, 21 anos, que eu era quietinho e que era totalmente nerd. Na verdade tenho 26 anos, 27 até o final desse ano, demonstrei em algumas oportunidades que não tenho nada de quietinho, e bem, na verdade eu sou meio nerd mesmo, admito! Gosto de estudar ciências biológicas, gosto de pesquisar meus insetos, gosto de ler, mas também já matei minhas aulas por quaisquer motivos, inclusive ficar atoa. Mas isso é só mais ou menos o que me desenha, e não é disso que eu quero falar quando venho aqui escrever isso. O que aconteceu hoje foi que ouve uma duvida se eu já realmente tive depressão. O que é verdade, eu mesmo concordo que não parece, hoje tenho uma postura bem diferente, até mais do que realmente sou e se eu não fosse ateu diria agora “graças da Deus”. De qualquer forma, por algum motivo estranho isso chamou minha atenção a meditar sobre isso por alguns momentos. Já passei por coisas tristes, as quais não pretendo contar agora. Já havia contado há muito tempo atrás aqui nesse mesmo journal, antes de tudo ser deletado, acho até que foi uma das minhas primeiras entries, e alem disso havia postado tudo no Chinaaa’s Point, e que agora está perdido em seus milhares de posts, digo isso porque não deletei a entrie por qualquer outro motivo que não fosse recomeçar do zero, agora com algum significado só pra mim. Nunca tive vergonha, não nisso.
Mas vamos lá, o que eu preciso ou precisava desabafar é que eu tive sim meus momentos difíceis, e foram muito difíceis, se não pros outros que podiam ter feito diferente, pra mim foram, e por isso sofri sim muito, independente de não deixar claro o motivo agora. Tento escrever isso, até enfatizando bastante, como quem tenta provar algo, mas acho que isso é normal quando alguém te questiona, ainda que você tente manter a filosofia de não ligar pro que os outros acham... Mal habito... Mas o que eu quero dizer, antes que eu me enrole demais, explique demais é que não importa o que você passou, você pode mudar. Amanhã pode ser melhor e provavelmente será se você lutar um pouco, e cara! Eu não tava tendo a menor vontade de escrever algo assim “auto-ajuda” aqui e agora, não imaginem isso como algo dito por alguma loira desmiolada que tem um programa na televisão. Mas é verdade, não que seja algo ruim, você sempre tem suas feridas, e suas feridas nunca somem, talvez cicatrizem, mas nunca somem. E dae quando dói, dói e é só. Não tem nada que possa ser dito, dor é dor, você aceita o afago dos outros, tenta mostrar uma melhora que no fundo é mais pra dar aos outros a satisfação de achar que ajudaram realmente e talvez até tenham ajudado mesmo, mas dor é dor. E com isso pretendo ter suficientemente enfatizado o que é dor, até porque eu já estou ouvindo “EMO” ecoando na minha cabeça logo após o timbre seco da palavra “dor”. De qualquer forma, um belo dia você continua vivo, e faz algum tempo que tudo aconteceu e agora, hoje, você percebeu que é um momento melhor. Está fazendo coisas diferentes e pode ser assim. Como você encara isso, é seu ponto de vista. Achar que é uma nova chance, que as coisas mudam, que Papai Noel vai vir esse ano, é tudo muito melodramático pra mim mas isso depende da interpretação de cada um.
Então porra, quando alguém fala uma besteira terrível como dizer que eu não isso ou aquilo, quando ela mesma só sabe isso porque eu te confidenciei essas coisas, bate aquele belo e sincero sentimento de ódio, com o total significado da palavra.
Mas temos de prender a respiração um segundo, conter o instinto primata. Tentar entender, e no final pensar “Blah, deixa pra lá”, tudo num segundo.
Mas no final eu revivi isso, naquele meio segundo de raiva, no minuto de silencio depois da conversa, e às vezes, perdido entre um momento e outro, às vezes de noite ou às vezes quando se está sozinho. E isso me faz pensar o quanto às pessoas dizem que crescer é amadurecer e amadurecer é perder a inocência. E inocência é pureza, e é difícil imaginar alguém puro até o final da vida. Talvez pra não terminar a vida como uma tela em branco, precisamos ser manchados. Mas acho que todos concordamos (ainda que alguns apenas no fundo no fundo) que também não deve ser o objetivo nos tornarmos inteiramente uma pintura em preto. Então talvez o ideal seja cinza. Isso é compreensível pra mim, se encaixa em minha filosofia. E assim vejo a pureza no cinza, porque no fim você pode olhar o cinza e ver a pureza do branco, assim como pode questionar o preto. No final é isso, e me explico o que pretendia ao começar a escrever. Às vezes só depende de como se olha uma coisa. No cinza você escolhe o que ver, o tom depende de quem olha. Tenho de me lembrar disso. Pra mim esse entrie serviu, então ele serviu.
Dark_Zen · Wed Jun 11, 2008 @ 06:37am · 0 Comments |
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