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Hoje acordei meio cheio de questionamentos, não sei se é só por estar sendo um dia incrivelmente chato ou qualquer outra coisa. De qualquer forma sou forçado a permitir estar em um quarto escuro com uma das pessoas que menos gosto, eu mesmo. Não, não é uma afirmação EMO (bem, não necessariamente), eu me dou muito bem com essa pessoa que sou, aprendi a me relacionar com isso (acho) que como aqueles casais que levam até o resto da vida um casamento ruim. Alias, essa me parece uma boa comparação, então me deixe “tentar” continuar a explicar sob essa ótica... Nunca me apaixonei por mim mesmo a primeira vista. Quer dizer, eu não era exatamente bonito ou fisicamente atrativo, ao menos quando me conheci não era nada confiante e na verdade, sempre, sempre, sempre tive mais duvidas que certezas. Talvez no fundo no fundo fosse uma questão de afinidade pelo lado “obscuro” que havia entre nós dois, eu hoje sei o quanto, falando de mim mesmo ou de outras pessoas, o quanto isso pode ser “magnético”. Seja como for, em um segundo após alguns (permito-me dizer que foram ao menos alguns) momentos turbulentos, me encontrei de mãos dadas comigo mesmo... Não foi exatamente um encontro mas acho que em algum momento no meio do turbilhão nos esbarramos e preferimos nos segurar um ao outro. Nada muito romântico, apenas servia, só não sabia exatamente pra que... Okay, então eu não era o príncipe do baile, e tão pouco o quarentão superseguro que sabia tudo da vida, nem ao menos o poético filosofo que te faz pensar por horas depois de uma simples frase mas eu estava lá, comigo mesmo, não estava sozinho, e alem disso tudo, eu precisava aprender de uma vez por todas que não adiantava espernear; Não haveria ninguém mais a escolher a não ser eu mesmo. Então meio que resignado, meio que “foda-se” e meio que finalmente aliviado me escolhi, olhei pro lado e era isso... Ajudou, quer dizer é como eu acredito que aconteça quando você não tem nada, você desiste ou tenta fazer alguma coisa. Se tivesse desistido hoje não poderia estar aqui escrevendo isso.
(...parei um bom tempo nesse ponto pensando então no que construí a partir disso...)
Na verdade tentei melhorar algumas coisas, outras tive de descartar de cara. O “não era o príncipe do baile” era evidente demais, e não dá pra mudar isso, ainda hoje não dá, talvez um dia se tiver muita grana faça umas trocentas plásticas e mude isso, porque de outra forma não dá! Até poderia fazer uma academia, me fuder que nem um hammister pra tentar ficar sarado, mas não tenho mesmo saco pra isso, então dane-se. Claro, cortar sempre o cabelo curtinho, sempre fazer o bigodinho escroto de gigolô mexicano, sempre cortar as tortas unhas dos meus pés e o que mais der pra fazer, mas isso não vai me tornar mais bonito, só um pouco mais consumível. Tenho isso pra mim como a certeza de que um dia eu morro. “O quarentão superseguro que sabia tudo da vida” também não era e ainda não sou eu. Mas quem sabe se corresse um bocado contra o tempo não conseguisse ser um quando chegasse aos quarenta? Descobri que também nesse caso não era muito bom em correr, mas ainda to tentando pra ver no que dá. “O poético filósofo”, na boa, isso sempre em encantou, talvez por ser a coisa mais nerd, e por isso uma das coisas mais próximas do que eu sou. Mas ei! Não ria de mim, eu considero muita gente nerd, sou extremamente critico e pode acreditar que também acho você um nerd!!! Como posso saber disso? Bem, você está lendo esse texto, e esta para isso acessando meu jornal no GAIA!!! Lóoooogico que tem que ser muito nerd pra estar aqui... Também acharia uma coisa muito gay, mas eu não o sou (nada contra você ser colega — se for o caso). Seja como for, essa parada de poesia e filosofia sempre pareceu legal, claro que não sou um filosofo muito menos um poeta. Mas parecia tão bom, talvez ao menos em pensamento ou poderia me imaginar assim, pra mim, fazer na cabeça poesia com toda a porcaria que eu to sempre pensando, talvez pra mim rabiscar e rabiscar em todo o lugar, qualquer coisa, quaisquer duas palavras que fiquem pra mim bonitas juntas... Quem sabe, quem sabe, assim, um dia eu não impressionasse alguém, abrindo a boca não para dizer uma besteira mas algo que preste.
Bem, nesse ponto já vendo que como sempre escrevi demais, vou tentar resumir o isso tudo dizendo que fiquei um pouco mais seguro, não porque tinha mais coisas a favor, mas sabendo que tinha sim muita coisa contra e se ligasse pra isso mais uma vez teria de dizer que “não estaria aqui escrevendo esse texto”. Ops, eu disse... Mas tudo bem, eu gosto de dizer isso mesmo... Tive, talvez graças a isso, ter a oportunidade de conhecer outras pessoas, o que NUNCA foi algo fácil pra mim, mas o que poderia se esperar de alguém que já teve tantos problemas (sim, pra mim são problemas, não espero que sejam pra você)...?
Vou cortar dizendo que não completei o texto com tudo o que poderia ter dito, assim como (ainda) não terminei a vida com tudo o que poderia ter feito e confiantemente dizendo que estarei aqui, como um maldito monumento feio e enferrujado, no qual as crianças do parque se machucam mas estarei aqui!
Eu teria gostado disso... De terminar o texto sendo assim, de pensar assim, mas eu penso pelo outro lado, eu sempre penso. E isso sempre me machuca, sempre me traz remorso e sempre acaba não adiantado em nada a não ser me sentir mal e escrever essas coisas pra tentar mandar tudo pra longe, mas nunca vai muito longe, é como cuspir pro alto mesmo e no fim, eu só vejo que por onde passei acabei com tudo, destruindo tudo, eu vejo um belo horizonte pela frente e destruição sobre os ombros e nem mesmo estou melhorando com isso, não tem uma moral da história ou um final feliz, só é assim e eu não tenho nem mesmo fé ou uma forma espiritual de lidar com isso... Por isso escrevo, alguém precisa saber, já que na grande maioria das vezes não consiga dizer... Nem eu sei porque...
Por favor, não comente, deixe-me saber que não sei que você sabe isso sobre mim.
Dark_Zen · Sat May 24, 2008 @ 03:27am · 0 Comments |
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